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Jun 13, 2023Jun 13, 2023

As relações entre plantas e seus polinizadores, geralmente insetos, estão bem documentadas, especialmente devido ao efeito de doenças, mudanças climáticas e pesticidas no bem-estar das criaturas envolvidas. No entanto, pesquisadores no Brasil descobriram agora uma nova relação entre uma planta e uma criatura muito surpreendente.

A perereca de Izecksohn (Xenohyla truncata) foi observada mergulhando seu corpo dentro das flores da fruteira brasileira (Cordia taguahyensis). Esta espécie já é conhecida como dispersora de sementes e tem a dieta incomum de ser onívora com um gosto especial por frutas, e apenas ocasionalmente ataca as presas mais comuns dos invertebrados.

Esta rã é encontrada nas planícies costeiras do estado do Rio de Janeiro, Brasil, onde passa o dia abrigada dentro de plantas de bromélias. Já é considerado único devido ao seu papel como dispersor de sementes, e agora os pesquisadores acreditam que também pode estar dispersando o pólen.

Os pesquisadores observaram os sapos comendo as pétalas e o néctar da árvore frutífera do leite e comendo flores de uma segunda espécie de árvore, a alienígena íris barbuda (Iris x germanica). Durante a observação, os pesquisadores observaram os sapos comendo frutas e flores dessas árvores com movimentos de sucção. Uma rã foi observada entrando completamente em uma flor e, quando emergiu após aproximadamente cinco minutos, havia grãos de pólen presos em suas costas.

Essas observações representam a primeira vez que qualquer espécie de sapo foi observada alimentando-se ativamente de néctar e flores. Esta pesquisa também representa evidências de que esses sapos podem atuar como polinizadores.

A equipe sugere que, além da dispersão das sementes, os sapos podem se beneficiar do consumo dessas flores e frutas de outras maneiras. A vocalização é uma atividade altamente intensiva em recursos energéticos para essas rãs e o consumo de néctar, que pode ter um alto teor de energia e concentração de açúcar, pode ser uma maneira de atender a essas demandas. Para rãs fêmeas, produzir óvulos imaturos chamados oócitos é altamente intensivo em energia, então comer néctar e frutas na época de reprodução pode ser uma vantagem.

Essas pererecas brasileiras podem não ser classificadas como verdadeiros polinizadores porque destruíram as flores da íris enquanto colhiam os benefícios. No entanto, o oposto é verdadeiro para a fruteira leiteira, em que as flores não foram danificadas e o pólen ficou preso nas costas das rãs após o consumo do néctar.

Os pesquisadores sugerem que essas novas observações lançam luz sobre essa espécie e sugerem que eles podem consumir flores e frutas de outras espécies de plantas que ainda não foram vistas.

O estudo foi publicado na Food Webs.